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IPO da Figma aproxima empresa do preço que a Adobe ofereceu

IPO da Figma de US$ 18,8 bilhões pode enriquecer os maiores nomes do Silicon Valley

29/07/2025, 20:30

IPO da Figma aproxima empresa do preço que a Adobe ofereceu
IPO da Figma aproxima empresa do preço que a Adobe ofereceu
IPO da Figma aproxima empresa do preço que a Adobe ofereceu

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A história que você está prestes a conhecer parece saída de um filme sobre startups do Vale do Silício. Dois jovens universitários abandonam a faculdade, recebem US$ 100 mil para construir algo especial e, 13 anos depois, estão prestes a se tornarem bilionários. Essa é exatamente a trajetória da Figma, que está movimentando Wall Street com seu aguardado IPO avaliado em incríveis US$ 18,8 bilhões.


A jornada dos fundadores que começou longe das ferramentas criativas

A Figma nasceu de uma decisão corajosa tomada por Dylan Field em 2012. Aos 19 anos, ele estava cursando ciência da computação na prestigiosa Universidade Brown quando decidiu largar tudo para aceitar uma bolsa de US$ 100 mil do controverso programa Thiel Fellowship. Criado pelo bilionário Peter Thiel, cofundador do PayPal, o programa incentiva jovens talentosos a abandonarem a universidade para se dedicarem integralmente aos seus projetos empreendedores.


A dupla que mudou o design digital

Field não estava sozinho nessa empreitada. Seu parceiro de universidade, Evan Wallace, conhecido pelos colegas como "Computer Jesus" devido à sua habilidade excepcional com programação, juntou-se a ele nessa aventura. Curiosamente, a ideia inicial não tinha nada a ver com design - eles queriam criar software para drones.

A mudança de rumo aconteceu quando Wallace convenceu Field de que o mercado de drones apresentava muitos desafios regulatórios e éticos. Em vez disso, eles decidiram focar em algo que conheciam bem: as frustrações dos designers com as ferramentas existentes.

Imagem: yandex.com | Co‑fundadores da Figma: Evan Wallace, à esquerda; Dylan Field, à direita.


O mercado bilionário que a Figma conquistou

O momento não poderia ser mais perfeito. O mercado de software criativo está em plena expansão, com projeção de crescer de US$ 10,47 bilhões em 2024 para impressionantes US$ 22,63 bilhões em 2035, representando um crescimento anual de 7,26%. Dentro desse universo, o segmento de software de design gráfico sozinho deve saltar de US$ 9,23 bilhões em 2024 para US$ 18,5 bilhões em 2033.


Por que a Figma dominou onde outros falharam

Enquanto gigantes como Adobe lutavam para adaptar suas ferramentas desktop para a era da colaboração online, a Figma foi construída desde o início pensando na nuvem. A plataforma permite que equipes inteiras trabalhem simultaneamente no mesmo projeto, algo impensável nas ferramentas tradicionais como Photoshop ou Illustrator.

O sucesso foi tão estrondoso que levou a Adobe a tentar comprar a Figma por US$ 20 bilhões em 2022. O acordo, no entanto, foi bloqueado por reguladores europeus e britânicos que temiam a criação de um monopólio no mercado de ferramentas de design.


Os números impressionantes

Inicialmente, a empresa pretendia vender suas ações entre US$ 25 e US$ 28, mas a forte demanda dos investidores fez com que elevasse a faixa para US$ 30 a US$ 32 por ação. Com essa valorização, a Figma busca levantar US$ 1,18 bilhão e alcançar uma avaliação de mercado de US$ 18,8 bilhões.

Os números financeiros justificam o otimismo dos investidores. No primeiro trimestre de 2025, a Figma registrou receita de US$ 228,2 milhões, representando um crescimento espetacular de 46% em relação ao ano anterior. O lucro líquido triplicou no período, saltando para US$ 44,9 milhões.

A empresa possui uma base impressionante de mais de 13 milhões de usuários mensais e trabalha com 95% das empresas da Fortune 500. No Brasil, mais de um terço das companhias listadas no Ibovespa utilizam a plataforma, incluindo gigantes como Nubank, Mercado Livre e Itaú.


O impacto da inteligência artificial no futuro do design

A inteligência artificial está revolucionando o setor de design, e a Figma não ficou para trás nessa transformação. Ferramentas de IA estão automatizando tarefas repetitivas, gerando layouts automaticamente e oferecendo sugestões baseadas em dados para otimizar a experiência do usuário.

Para designers, a IA não representa uma ameaça, mas sim uma oportunidade de se concentrar em aspectos mais criativos e estratégicos do trabalho. A tecnologia permite personalização em massa, análise preditiva de tendências e até mesmo a geração automática de variações de design.

Segundo o relatório "State of the Designer" da própria Figma, 56% dos profissionais dizem que a IA contribui para o otimismo em relação ao futuro do design e desenvolvimento. Essa perspectiva positiva reflete como a tecnologia está sendo vista como uma ferramenta de amplificação da criatividade humana, não de substituição.


Os grandes vencedores do IPO

O IPO da Figma promete criar uma nova geração de milionários no Vale do Silício. Além dos fundadores, investidores de peso como Sheryl Sandberg (ex-executiva do Meta e Google), Jeff Weiner (ex-CEO do LinkedIn) e fundos de venture capital como Greylock Partners e Kleiner Perkins estão entre os grandes beneficiados.

O próprio Dylan Field planeja vender aproximadamente 2,35 milhões de ações no IPO, o que pode render cerca de US$ 60 milhões. No entanto, ele manterá controle acionário da empresa através de ações Classe B, que lhe garantem cerca de 74% do poder de voto.

A trajetória de Field é um exemplo perfeito do espírito empreendedor do Vale do Silício. Desde criança, ele demonstrava aptidão excepcional para matemática, aprendendo álgebra aos 6 anos. Durante o ensino médio, chegou a atuar como ator infantil, participando de comerciais do Windows XP.

Diferentemente de muitas startups que abrem capital ainda no vermelho, a Figma chega ao mercado com números sólidos e um caminho claro para a lucratividade. A empresa possui margem bruta impressionante de 91% e tem conseguido manter crescimento consistente mesmo em um mercado competitivo.


A estratégia de diversificação que chama atenção

Uma curiosidade que tem gerado buzz nas redes sociais é o fato da Figma ter investido US$ 70 milhões em Bitcoin, com planos de expandir esse valor para US$ 100 milhões. Essa posição pró-criptomoedas demonstra a visão inovadora da gestão da empresa.

A Figma também autorizou a criação de "ações ordinárias blockchain" em formato de tokens digitais, embora ainda não tenha planos concretos de emitir esse tipo de ação. Essa preparação para o futuro digital mostra como a empresa está sempre um passo à frente das tendências.

Com o IPO da Figma marcado para ser negociado na NYSE sob o código "FIG", a empresa está posicionada para se tornar uma das principais referências em design colaborativo. O timing não poderia ser melhor, considerando que o mercado de IPOs de tecnologia está mostrando sinais de recuperação após um período de cautela.

A empresa continua investindo pesadamente em inovação, com "maker weeks" - duas semanas anuais dedicadas a projetos internos que frequentemente resultam em novas funcionalidades. Essa cultura de inovação constante é um dos segredos por trás do sucesso contínuo da plataforma.


O futuro brilhante que se desenha

O IPO da Figma representa muito mais que uma simples abertura de capital. É o coroamento de uma década de inovação que transformou fundamentalmente como equipes colaboram no processo criativo. Com US$ 18,8 bilhões de valorização, a empresa prova que é possível construir gigantes tecnológicos focando genuinamente em resolver problemas reais dos usuários.

Para os investidores do Vale do Silício que apostaram na dupla Dylan Field e Evan Wallace ainda no início, o IPO representa a materialização de um sonho que poucos ousaram imaginar quando dois jovens universitários decidiram largar Brown para construir algo especial. Agora, essa aposta está prestes a render frutos milionários para quem teve a visão de enxergar o potencial transformador da Figma desde o princípio.

O sucesso da Figma também sinaliza uma mudança de paradigma no mercado de software, onde ferramentas colaborativas baseadas na nuvem não são mais apenas o futuro - são o presente. E com a integração crescente de inteligência artificial, podemos esperar que essa seja apenas o começo de uma nova era para o design digital.

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