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12 Horas por dia, 6 dias por semana

Trabalhar ou Viver? Como o Modelo 996 Está Conquistando Startups de IA nos EUA

24/07/2025, 18:15

12 Horas por dia, 6 dias por semana
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O chamado modelo 996, trabalhar das 9h às 21h, seis dias por semana, voltou aos holofotes nos Estados Unidos, especialmente dentro de startups de inteligência artificial. 

Quando você pensa em inovação, imagina um laboratório cheio de ideias ou noites viradas diante do computador? Nas startups de inteligência artificial, a resposta tem mudado: a moda agora é o modelo 996, agenda que exige 12 horas diárias, de segunda a sábado. Essa rotina, importada da China, já provoca debates acalorados sobre saúde, leis trabalhistas e até o sentido de sucesso profissional.


Modelo 996: muito além de um horário estendido

O bilionário Jack Ma, Jack Ma, cofundador da Alibaba sacudiu a internet ao defender publicamente o modelo. Hoje, nomes como Lucy Guo, cofundadora da Scale AI, ecoam a mesma filosofia nos Estados Unidos, dizendo que semanas de 90 horas “não se sentem como trabalho”. Rilla, startup novaiorquina, vai ainda mais longe: usa um “calendário 996” para orientar salários, refeições e até auxílio-moradia, deixando claro que quem não topar 72 horas semanais “não se encaixa”.


Pressão global por velocidade

O modelo 996 surge como resposta à corrida pela liderança em inteligência artificial. Fundos de venture capital, como o 20VC de Harry Stebbings, afirmam que um ritmo de sete dias por semana é “necessário para criar empresas de US$10 bilhões. A mensagem é simples: competir com China e Vale do Silício exige mais horas, não menos.


Legalidade e riscos de saúde

Adotar 72 horas fixas nem sempre cabe na legislação. Na Califórnia, por exemplo, o não pagamento de horas extras pode gerar multas pesadas. O problema é que muitos fundadores classificam empregados como isentos de hora extra, mesmo sem atender critérios legais, criando passivos caros.

No campo da saúde, a Organização Mundial da Saúde ligou jornadas acima de 55 horas a 35% mais risco de AVC e 17% de doenças cardíacas. Pesquisas de Stanford revelam que, após 53 horas semanais, a produtividade cai tanto que cada hora extra “vale” menos que zero.


Fator

Dado-chave

Risco de AVC

+35% quando >55 h/sem

Risco cardíaco

+17% quando >55 h/sem

Queda de produção após 53 h

Output semanal ↓19%

Burnout em >60 h

Até ×2,8 sintomas depressivos


Por que profissionais aceitam?

Alguns enxergam no 996 um atalho para enriquecimento rápido: aumentos salariais, participação acionária e networking privilegiado. Outros cultuam exemplos de Elon Musk ou Kobe Bryant para justificar dedicação total. A verdade? O fascínio por “mudar o mundo” faz parte do marketing de muitas startups, mesmo que os ganhos não sejam garantidos.


Dá para equilibrar?

Especialistas sugerem contratos transparentes, limites de hora extra e políticas de saúde mental. Para fundadores, opções híbridas, onde só líderes aderem ao 996, reduzem riscos legais e de imagem. Já investidores alertam: talento exausto dificilmente inova; turnover alto custa caro e atrasa produtos.


O modelo 996 reacende o dilema entre ambição e bem-estar. Para quem sonha em decolar numa startup de IA, vale pesar a promessa de crescimento contra os impactos na saúde e na vida pessoal. Na busca por resultados, lembrar que inovação também precisa de gente saudável pode ser o melhor investimento a longo prazo.


Fonte: Wired

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