Psicologia

Desenvolvimento

Comportamento

Tecnologia

Sam Altman desafia Elon Musk no mercado de implantes cerebrais

Sam Altman cofunda Merge Labs para disputar mercado de chips cerebrais com Neuralink de Elon Musk

16/08/2025, 16:15

Sam Altman desafia Elon Musk no mercado de implantes cerebrais
Sam Altman desafia Elon Musk no mercado de implantes cerebrais
Sam Altman desafia Elon Musk no mercado de implantes cerebrais

0:00/1:34

Enquanto Elon Musk e Sam Altman trocam farpas nas redes sociais, o CEO da OpenAI decidiu que competir apenas com chatbots não era suficiente. Agora, Sam Altman entra de cabeça no mercado de implantes cerebrais, literalmente.


A Merge Labs nasce para competir com a Neuralink

Sam Altman está cofundando uma startup que promete sacudir o mercado de interfaces cérebro-computador. A Merge Labs sai do papel já avaliada em impressionantes US$ 850 milhões, com grande parte do investimento vindo da própria OpenAI.

A empresa busca captar US$ 250 milhões em sua primeira rodada, com apoio do fundo de venture capital da OpenAI. O projeto une forças com Alex Blania, o mesmo responsável pelo polêmico World, que troca escaneamento de retina por criptomoeda.

Implantes cerebrais representam uma das fronteiras mais promissoras da tecnologia atual. Esses dispositivos conseguem interpretar sinais neurais e traduzi-los em comandos digitais, permitindo que pessoas com paralisia controlem computadores apenas com o pensamento.


Como a rivalidade entre Altman e Musk chegou ao cérebro humano

A disputa entre os dois bilionários não é nova. Eles fundaram juntos a OpenAI em 2015, mas divergências sobre a direção da empresa levaram Musk a sair em 2018. Desde então, a rivalidade só cresceu.

Enquanto Altman desenvolveu o ChatGPT e transformou a OpenAI numa potência da inteligência artificial, Musk criou sua própria empresa de IA, a xAI, e lançou o chatbot Grok. Agora, essa competição se expande para um território ainda mais ambicioso: a conexão direta entre cérebro e máquina.

A Neuralink de Musk já saiu na frente. Fundada em 2016, a empresa está avaliada em US$ 9 bilhões e já realizou implantes em cinco pacientes com paralisia grave. Os resultados impressionam: pessoas conseguem jogar videogames, controlar cursors e até comunicar-se usando apenas sinais cerebrais.

O caso mais notório envolveu Nolan Arbaugh, primeiro paciente a receber o dispositivo. Nas semanas seguintes à cirurgia, cerca de 85% dos fios do chip se soltaram do cérebro dele, reduzindo drasticamente o número de eletrodos funcionais. Isso fez com que Arbaugh perdesse parte das capacidades que havia conquistado, como clicar com o cursor do mouse apenas com o pensamento, recurso que precisou ser improvisado pela empresa para manter alguma funcionalidade.

Os engenheiros da Neuralink esperavam que o cérebro formasse tecido cicatricial em torno dos fios para mantê-los fixos, mas o resultado foi diferente, indicando falhas no projeto de durabilidade dos filamentos. Diante do imprevisto, a equipe ajustou algoritmos para explorar ao máximo os poucos sinais neurais restantes. Apesar disso, Arbaugh continuou conseguindo jogar com o cérebro, mas com limitações.


O mercado de interfaces cérebro-computador está esquentando

A Merge Labs não enfrentará apenas a Neuralink. O mercado de interfaces cérebro-computador tem atraído investimentos bilionários e grandes nomes da tecnologia.

Synchron lidera em número de testes com humanos, tendo implantado dispositivos em dez pacientes. A empresa conta com investimento de Jeff Bezos e Bill Gates, focando na devolução de funções motoras e comunicação.

Precision Neuroscience conquistou aprovação da FDA e levantou US$ 102 milhões, atingindo avaliação de US$ 500 milhões. Fundada por um ex-funcionário da Neuralink, promete recuperar fala e movimentos com abordagem menos invasiva.

Paradromics realizou recentemente seu primeiro implante em humano, demonstrando capacidade de decodificar sinais cerebrais em tempo real. O foco está em pessoas com deficiências motoras graves.

Apesar dos avanços técnicos, nenhuma dessas empresas chega perto do valuation da Merge Labs ou da Neuralink, provando que na ciência, assim como nos negócios, um rosto conhecido ainda vale muito.


A tecnologia por trás dos implantes cerebrais

Implantes cerebrais funcionam através de minúsculos eletrodos instalados no cérebro ou próximos a ele. Esses eletrodos captam sinais elétricos dos neurônios e os traduzem em comandos para dispositivos externos.

A Neuralink utiliza fios ultrafinos inseridos diretamente no tecido cerebral, maximizando a qualidade dos sinais captados. Já a Synchron opta por uma abordagem menos invasiva, inserindo dispositivos através dos vasos sanguíneos.

A Merge Labs promete combinar essa tecnologia com avanços em inteligência artificial, aproveitando a expertise da OpenAI para criar interfaces mais intuitivas e eficientes.


Desafios e perspectivas futuras

O caminho até a comercialização desses dispositivos não é simples. Questões de segurança, privacidade de dados neurais e aprovação regulatória representam obstáculos significativos.

A FDA (equivalente à Anvisa nos EUA) exige extensos testes clínicos antes de aprovar qualquer dispositivo para uso comercial. O processo pode levar anos e custa milhões de dólares.

Questões éticas também surgem: como proteger a privacidade dos pensamentos? Quem terá acesso aos dados neurais? Como evitar o uso malicioso dessa tecnologia?

Esses problemas já eram conhecidos em testes anteriores realizados em animais, nos quais os fios também se retraíram ou desconectaram, levantando dúvidas sobre a viabilidade da tecnologia em longo prazo.



Outros especialistas, como o neurocientista Miguel Nicolelis, alertaram sobre riscos de infecções, rejeição, mau funcionamento e questões éticas, como segurança e privacidade dos dados neurais.



Além disso, o FDA manifestou preocupação com potenciais riscos de migração dos fios para outras áreas do cérebro, lesões por superaquecimento e dificuldades para remover o dispositivo sem danos.


O futuro da conexão humano-máquina

Sam Altman não esconde suas ambições para a fusão entre humanos e máquinas. Em 2017, ele escreveu que "seremos a primeira espécie a desenhar nossos próprios descendentes", prevendo que esse processo poderia começar já em 2025.

A visão de Altman vai além dos aplicativos médicos atuais. Ele imagina interfaces de alta largura de banda que poderiam ampliar capacidades cognitivas humanas, criar novas formas de comunicação e até possibilitar telepatia.

Musk compartilha ambições similares para a Neuralink, sonhando com chips que tratem obesidade, depressão e até permitam navegação na internet diretamente pelo cérebro.


Uma corrida que está apenas começando

O que começou como disputa por supremacia em inteligência artificial agora se estende ao próprio cérebro humano.

Com bilhões de dólares em investimentos e mentes brilhantes (ou não) trabalhando no problema, os próximos anos prometem avanços extraordinários. A pergunta não é mais se conseguiremos conectar cérebros a máquinas, mas quem chegará primeiro ao mercado com uma solução comercial viável.

Para pacientes com paralisia, ELA e outras condições neurológicas, essa rivalidade representa esperança concreta de recuperar autonomia e qualidade de vida. Para a humanidade como um todo, pode representar o primeiro passo rumo a uma nova era de capacidades aumentadas.

A batalha pela mente humana está apenas começando, e tanto Altman quanto Musk parecem determinados a vencer essa corrida.

Últimas notícias

Últimas notícias

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.

Um produto:

Copyright © 2025 Design Team - Todos os direitos reservados.