Inteligência Artificial

Design

Por que sentir será o maior diferencial no design pós-IA?

Descubra por que sentir, observar e cocriar será o diferencial dos designers na era da IA

20/05/2025, 15:15

Por que sentir será o maior diferencial no design pós-IA?
Por que sentir será o maior diferencial no design pós-IA?
Por que sentir será o maior diferencial no design pós-IA?

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O artigo recente de Diogo Cortiz (Você não será substituído pela IA: por que você deveria desconfiar disso) faz todo o sentido. Ele desmonta essa crença, que é muito confortável, de que a inteligência artificial não substituirá humanos. Diogo mostra, com dados e argumentos, que já está substituindo sim, especialmente quem trabalha em funções mecânicas, operacionais, repetitiva.


Eu vejo que na perspectiva do Design, essa discussão é também urgente.

Se o seu trabalho como designer se resume a montar, operar uma ferramenta como Figma, criar um cartaz, diagramar um livro, criar uma capa, um APP que faz algo específico, desenhar uma landing page ou um app bonito e funcional — é hora de repensar como Designer qual será o seu futuro.. Essas tarefas já estão sendo realizadas, com qualidade surpreendente, por IA. Vide o novo Figma com interface conversacional. E elas vão resolver uma parte significativa das demandas básicas dos clientes, podem apostar.

Agora, um detalhe... não serão necessariamente as melhores soluções. Não serão as soluções capazes de criar um diferencial competitivo para empresas. Não creio que serão.

Serão soluções robustas para certos cenários, mas massificadas, previsíveis, sem a sutileza do que não é dito, sem percepção de contextos específicos, sem afeto, como eu tenho defendido. E é aí que entra o nosso diferencial como Designer: sentir, ler o mundo, conectar, cocriar com as pessoas.


Um exemplo?

Quando eu fiz a pesquisa do meu mestrado com idosos com sequelas de AVC, um detalhe me chamou atenção. Vários deles utililizam os tablets da pesquisa com a mão paralisada (Eles tinham um lado do corpo paralisado como sequela). E aquilo me chamou atenção profundamente, como uma nota de rodapé oculta. Um comportamento muito singelo, discreto.

Eu jamais sequer perguntei o porquê eles faziam aquilo, era algo muito interno e profundo deles. Mas aquele dado mudou completamente a minha pesquisa e começamos a trabalhar em algo que considerasse esse contexto de uso.

Na mesma linha, pense numa capa de livro feita por IA. Ela pode ser bonita, ter contraste, hierarquia e até aplicar tendências estéticas das mais recentes e inovadoras. Mas a capa veio do sentimento do que é o drama do livro? Ela percebe que aquele romance carrega um trauma? Algo talvez disfarçado de ficção? Um duplo sentido oculto, humano? Eu não sei se percebe.

Agora pense em um designer que leu o livro, entendeu as entrelinhas, conversou com a autora, sentiu o tom, viu no olhar da autora sua história de vida, ouviu a música que ela ouvia enquanto escrevia... Essa pessoa vai criar algo que não é só bonito — é preciso, poderoso, único e muito difícil de ser atingido por AI (Pelo menos agora e no nosso horizonte).

Eu gosto do que a professora de filosofia Lúcia Helena coloca: conhecemos o limite do humano? Eu acho que não. Estamos longe disso. Eu vejo que o futuro do design não será 100% humano nem 100% artificial. Será híbrido. Mas só sobreviverão (e serão valorizados) os designers que trouxerem à mesa algo que a IA ainda não tem: percepção, interpretação, sensibilidade e presença.

Como defendi na minha última postagem, o essencial para 2035 (Não só em 10 anos, mas desde já!) não será dominar ferramentas, mas sentir, observar, cocriar, criar com estratégia e continuar apaixonado pelo impacto que o design tem na vida das pessoas.

Escrito por: Andrei Gurgel

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