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Artistas britânicos pressionam o governo por transparência no uso de obras por IA

400 artistas, incluindo Paul McCartney, Elton John, Coldplay exigem transparência em IA

19/05/2025, 16:30

Artistas britânicos pressionam o governo por transparência no uso de obras por IA
Artistas britânicos pressionam o governo por transparência no uso de obras por IA
Artistas britânicos pressionam o governo por transparência no uso de obras por IA

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Um grito por justiça na era digital

Imagine dedicar anos criando músicas, livros ou filmes que marcam gerações, apenas para descobrir que uma máquina os está usando sem sua permissão. Essa é a realidade enfrentada por Paul McCartney, Elton John, Coldplay e centenas de artistas britânicos que assinaram uma carta exigindo transparência das empresas de IA sobre o uso de obras protegidas. O tema não é só sobre tecnologia: é sobre respeito ao trabalho humano.


Por que artistas estão se unindo contra a IA?

A carta, enviada ao primeiro-ministro Keir Starmer, não é um protesto contra a tecnologia. Pelo contrário: os signatários reconhecem que a inovação tecnológica é essencial. O problema está na forma como modelos de IA são treinados com dados protegidos por direitos autorais sem consentimento ou compensação. Entre os nomes estão roteiristas como Richard Curtis, atores como Ian McKellen e até organizações de mídia como o Financial Times.

A reivindicação principal é simples: empresas devem divulgar quais obras específicas alimentaram seus algoritmos. "Direitos autorais não estão quebrados, mas não podemos aplicar a lei se não enxergarmos o crime", diz trecho da carta.


O que ela propõe?

A polêmica gira em torno de uma emenda ao projeto de lei Data (Use and Access), proposta pela Baronesa Beeban Kidron. Se aprovada, obrigaria empresas a:

  1. Listar todas as obras protegidas usadas no treinamento de IA.

  2. Criar um sistema de licenciamento transparente para compensar autores.

A emenda não altera as leis atuais, mas facilita sua aplicação. "Transparência permite que criadores saibam se seus trabalhos foram usados ilegalmente", explica a Baronesa. Para os artistas, é uma questão de sobrevivência econômica: 2,4 milhões de empregos no Reino Unido dependem das indústrias criativas.


Avanços e retrocessos

A emenda foi aprovada na Câmara dos Lordes em maio de 2025, mas barrada na Câmara dos Comuns sob alegação de "privilégio financeiro" - uma manobra criticada como forma de silenciar a pauta. Enquanto o governo promete "encontrar um equilíbrio", artistas como Elton John acusam autoridades de "traição" e ameaçam ações judiciais.

O ministro Chris Bryant admitiu a necessidade de transparência, mas argumentou que a emenda é "inviável sem mecanismos de fiscalização". Enquanto isso, o Centre for British Progress alerta: regras rígidas podem sufocar a inovação e levar empresas de IA a operarem em outros países.


O impacto global da luta britânica

O Reino Unido não está sozinho. Nos EUA, o Escritório de Direitos Autorais concluiu que o treinamento de IA muitas vezes viola leis existentes - relatório que custou o cargo de sua diretora no dia seguinte. Casos judiciais contra empresas como Meta e OpenAI já citam o uso não autorizado de livros e pesquisas acadêmicas.

Se a emenda Kidron avançar, pode inspirar legislações similares na União Europeia e EUA, criando um padrão global de transparência. Para o público, isso significaria saber se aquela música gerada por IA foi "inspirada" em Beatles ou Bowie - e se os artistas receberam crédito.


O futuro da criatividade está em jogo

A mobilização de artistas britânicos não é só sobre royalties. É sobre garantir que a criatividade humana não seja reduzida a dados anônimos em algoritmos. Enquanto governos debatem, consumidores podem apoiar a causa: questionar como suas ferramentas de IA favoritas são treinadas e exigir ética das empresas.

Como disse Paul McCartney: "Se não protegermos os criadores, não haverá arte para alimentar as máquinas". A pergunta que fica é: você está disposto a perder a voz humana por conveniência tecnológica?

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