Características exclusivas

O Huawei Mate XT Ultimate Design se destaca por ser o dobrável mais fino do mundo quando totalmente aberto, com apenas 3,6 milímetros de espessura. O dispositivo utiliza duas dobradiças extremamente finas e resistentes que permitem dobrar o smartphone tanto para dentro quanto para fora, algo inédito nessa categoria.

A tecnologia de tela Huawei X-True oferece suporte para mais de 1 bilhão de cores, proporcionando uma experiência visual imersiva. O sistema de câmeras com tecnologia XMAGE permite capturar fotos de alta qualidade, com a possibilidade de usar as câmeras traseiras para selfies graças ao design dobrável.

Devido às sanções impostas pelos Estados Unidos, o Huawei Mate XT Ultimate Design não possui os serviços do Google, utilizando o sistema operacional proprietário HarmonyOS (na China) ou EMUI (global). No Brasil, o dispositivo está limitado à conexão 4G, apesar de o hardware suportar 5G.

A opção mais "acessível"

Para quem considera R$ 33 mil um pouco demais, a Huawei oferece o Mate X6 por "apenas" R$ 23 mil. Este modelo segue o formato dobrável tradicional, com tela externa de 6,45 polegadas e interna de 7,93 polegadas. Apesar de ser mais barato, ainda mantém especificações premium, incluindo processador Kirin 9020, até 16 GB de RAM e bateria de 5.110 mAh.

Imagens: huawei.com

Comparação com outros smartphones premium

Para dimensionar o impacto desses preços, vale fazer algumas comparações. O iPhone 16 Pro Max, conhecido por seu valor elevado, custa até R$ 15.499 na Apple Store oficial. Com o valor de um único Mate XT, seria possível comprar aproximadamente seis iPhones 16 básicos ou cinco Galaxy S25 Ultra.

Até então, o smartphone mais caro do Brasil era o Honor Magic V3, lançado por R$ 20 mil no início de junho. Os novos aparelhos da Huawei não apenas superaram esse recorde, como o pulverizaram completamente.

O contexto histórico por trás do retorno

A volta da Huawei ao mercado brasileiro de smartphones carrega um peso histórico significativo. A empresa deixou o país em 2019, após as sanções impostas pelo governo americano durante a primeira administração Trump. Essas restrições impediram a fabricante chinesa de usar o sistema Android completo e serviços do Google em seus dispositivos.

Para contornar essas limitações, a Huawei desenvolveu seu próprio ecossistema. Os novos smartphones rodam o HarmonyOS, sistema operacional proprietário da empresa, com uma versão adaptada chamada EMUI para o mercado ocidental. Os usuários brasileiros poderão baixar aplicativos através da Huawei Store própria da marca, além de lojas de terceiros para acessar apps como WhatsApp, Instagram e Netflix.

Imagens: huawei.com

Estratégia de mercado e disponibilidade

Carlos Morales, diretor de Comunicação da Huawei para América Latina, foi transparente sobre a estratégia da empresa. O foco inicial não é volume de vendas, mas sim conscientização da marca e estabelecimento no segmento premium. "Nem todo o público quer, pode ou está disposto a investir em um dispositivo dobrável a esse preço", admitiu o executivo.

Os aparelhos estarão disponíveis em plataformas como Amazon, Shopee, Mercado Livre e TikTok Shop, além de lojas físicas como FastShop e Casas Bahia. A empresa também confirmou planos para abrir sua primeira loja física no Brasil, embora ainda não tenha revelado a localização.

O mercado de dobráveis no Brasil

A chegada desses dispositivos acontece em um momento interessante para o mercado de smartphones dobráveis. Segundo relatórios especializados, a demanda por esses aparelhos deve cair 4% em 2025, estabilizando em cerca de 22 milhões de unidades mundialmente. No Brasil, marcas como Samsung e Motorola já estabeleceram presença significativa neste segmento, com modelos que variam de R$ 4.499 a R$ 8.999.

Vale o investimento?

Esta é provavelmente a pergunta que muitos consumidores estão se fazendo. Os smartphones Huawei representam o que há de mais avançado em tecnologia móvel dobrável, mas seu preço os coloca claramente no território dos produtos de luxo tecnológico.

Para entusiastas de tecnologia com poder aquisitivo elevado, estes aparelhos oferecem uma experiência única no mercado brasileiro. A capacidade de transformar um smartphone em tablet quando necessário pode ser valiosa para profissionais que trabalham com mobilidade ou consumidores de conteúdo digital.

Contudo, para o usuário médio, existem alternativas mais acessíveis que oferecem excelente custo-benefício. O próprio mercado de dobráveis tem opções como o Motorola Razr, disponível por valores significativamente menores.